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Reportagens
16 de agosto de 2016

Fligê entra no circuito de feiras literárias da Bahia

Com quatro dias de programação, evento promoveu encontros e trocas de experiências literárias entre moradores, turistas, artistas e autores de todo o estado

No último final de semana, a cidade de Mucugê (BA), localizada no Parque Nacional da Chapada Diamantina, tornou-se ponto de encontro e trocas de experiências literárias entre moradores, turistas, artistas e autores de todo o estado, na primeira edição da Feira Literária de Mucugê.

O evento, construído pelo Coletivo Lavra, com apoio da Prefeitura de Mucugê e Instituto Incluso, promoveu diversas atividades gratuitas voltadas para a cultura e educação literária. De acordo com Lana Sheila, membro do Coletivo Lavra, a ideia vinha sendo amadurecida desde o mês de abril.

Na quinta-feira (11), uma solenidade de abertura deu início às atividades, seguida pela conferência “Histórias e Memórias: A Lavra da Palavra”, com o professor, escritor e secretário de Cultura da Bahia, Jorge Portugal. Na ocasião, Portugal afirmou que a Fligê mostra o amadurecimento cultural de uma região admirada por escritores como o romancista Afrânio Peixoto, escolhido para ser homenageado nesta primeira edição.

A programação seguiu até o domingo (14), com oficinas, exibições de filmes, encontros com autores, mesa-redonda, lançamentos de livros e shows temáticos. Nomes como José Carlos Capinam, Jean Wyllys, Eduardo Ledo, Dani Lasalvia, Silvio de Carvalho e Aleilton Fonseca passaram pela cidade.

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José Carlos Capinam participou do Diálogo Autoral “A Poesia na MPB”/ Foto: Rosilda Cruz.

Além das atividades acadêmicas, o evento também recebeu importantes editoras e expositores da Bahia, dentre elas LDM, Caramurê, Edições UESB e Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA).

Para Romildo Chaves, da Edições Uesb, a Fligê “foi uma forma de incentivar a cultura da leitura e a cultura do livro”. “A gente tinha uma grande expectativa por ser a primeira e essas expectativas foram sendo bem positivas no decorrer das atividades. A gente vê de forma muito positiva, tendo em vista que já participamos de outras feiras também, em outras partes do Brasil, e aqui está sendo muito marcante pra gente”, afirmou.

Antônio Andrade Leal, professor e historiador, também esteve presente com seu estande voltado para a mais expressiva manifestação da cultura nordestina, por meio da literatura de cordel e poesia popular. “Primeira vez que se implanta uma feira literária em Mucugê e eu me surpreendi diante da participação da população”, declarou.

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Palco aberto deu espaço para programação infanto-juvenil com contação de histórias, teatro de bonecos e apresentações de corais/ Foto: Rosilda Cruz.

Novos escritores e obras lançadas virtualmente também tiveram um espaço dentro da programação, com destaque para os Lançamentos Di’Falas e Di’Versos, que reuniu mais de dez autores baianos. O escritor conquistense Alberto Marlon (Quartos de Hotel) declarou que sua participação foi gratificante. “A Fligê é muito importante do ponto de vista de incentivar a literatura local, não só a produção literária, mas a formação de novos leitores. Eu como escritor independente, recebi com muita felicidade o convite”.

A também autora conquistense Anamaria Fonsêca (Meu Mais Raro Amor), contou que Fligê a possibilitou alcançar outros públicos.  “Como meu livro só está publicado em plataforma digital, a divulgação acaba sendo um pouco complexa. E participando de uma feira, muitas pessoas que só conhecem livros físicos acabam se interessando por livros em outras plataformas e aí é uma oportunidade de abrir um novo horizonte”, disse. Anamaria também realizou uma palestra sobre “Literatura em outras plataformas”, dentro da programação.

Os mineiros Laura Castro e Gabriel Nast foram alguns dos oficineiros que participaram da programação acadêmica, por meio da oficina “AtraVerso”. “A gente teve um grupo maravilhoso de estudantes que vieram de Morro do Chapéu especialmente para a Fligê. Eram alunos do nono ano do ensino fundamental, criativos e abertos a experimentar”, contou Laura Castro. “Fizemos uma caminhada pela cidade, eles nos trouxeram várias palavras, situações e experiências e a partir disso a gente compôs um muro, perto de um dos palcos principais da feira”, detalhou.

O muro do AtraVerso trouxe ainda a imagem de Juquinha, figura mítica da Serra do Cipó, que liga os estados da Bahia e de Minas Gerais. “O Juquinha ficou conhecido por catar sempre-vivas e vender esses buquês, se tornando uma figura mítica”, lembrou Gabriel Nast. Dessa forma, a intervenção promoveu o deslocamento das semelhanças entre o lugar e a cidade de Mucugê, conhecida por abrigar a espécie Sempre-Viva-de-Mucugê, ameaçada de extinção, segundo o Ministério do Meio Ambiente.

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Intervenção AtraVerso em muro da Praça Coronel Propércio, no centro histórico de Mucugê.

No domingo (14), um concerto da Camerata NEOJIBA encerrou a primeira Fligê com a participação de doze jovens de Salvador, comandados pelo Maestro Marcos Rangel. “Esta é uma parcelada da Orquestra Castro Alves que possui 102 integrantes. Essas pequenas formações foram criadas para que a gente pudesse representar a Orquestra no interior do estado, assim como representar o programa NEOJIBA, que são os núcleos estaduais das orquestras infantis e juvenis da Bahia, iniciativa do Governo do Estado, que pra gente é o que tem mantido esse sonho da música e todo o processo de acreditar na inclusão social através da música”, explicou Rangel. “Foi uma troca maravilhosa para todos. A gente espera que essa feira tenha vida longa”, disse o maestro na oportunidade.

Para Ester Figueiredo, curadora da Fligê, o evento teve um saldo positivo. “O saldo é de demonstrar que a educação literária ainda é um grande desafio. A arte literária tem uma força motriz que pode alterar estados de vida e perspectivar novos horizontes. É claro que a gente acredita que o saldo é positivo por causa de um coletivo que esteve à frente, que é o Coletivo Lavra, e por causa também da acolhida dos mucugeenses, aqueles que aqui nasceram e também aqueles que adotaram essa cidade, como é o nosso caso”, declarou a curadora.

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